Já se passaram tantos anos, já estou com 60 anos, mas parece que foi ontem que fiz 18.
Aproveitei muito a vida, vivi tudo que eu queria, talvez acertei algumas coisas e errei em outras.
Mas hoje me sinto meio limitada, talvez minha idade não me permita continuar vivendo como eu vivia.
Às vezes choro de saudade do tempo da mocidade, sentei - me em uma cadeira, e foi como se minha vida estivesse chegado ao Fim, parei ali mesmo e assim a tristeza me tomava.
Mas nessa tarde meu coração que batia bem fraquinho acelerou, eu o sentia pulsar, pulsar forte.
Escutei um sino tocar bem baixinho, e Minha mente foi tomada por essa canção.
Cheguei, Os Céus se Abriram.
Fui embora sem me despedir.
À minha casa eu voltei.
O Caboclo Bradou.
Preto Velho sorriu.
Criança Brincou.
Meu Filho à Casa voltou.
Voltemos no Tempo um pouco mais, eu entrei na Umbanda, fiquei por um tempo e depois saí, pois pra mim naquele momento eu sentia que era preciso.
E Hoje voltei ao Templo, fiquei surpresa quando eu disse ao Preto Velho: Quanto tempo vô e , ele me disse: Tempo nada, ontem mesmo segurei em sua mão.
Minha Filha não te abandonamos nunca, sempre te ajudamos, te chamamos novamente para falar, te aconselhar, a vida não acaba com a idade, a vida sempre começa dia após dia, o que te prende não é a idade, mas aquela cadeira, saia dela, vá viver, se perguntarem a sua idade responda : Tenho a idade certa, que permite sempre viver e ser feliz.
Meus irmãos, fiquei em choque, depois de tanto tempo percebi que estavam sempre ao meu lado, nunca me abandonaram, e apesar dos anos que fiquei sem ir, eles estavam lá, ainda prontos a me ajudar.
Salve essa nossa Umbanda.
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