Durante todo o meu crescimento, meus pais nunca negaram que eu era uma filha de coração, preferiram dizer do que esconder, pois um dia haveria essa conversa e poderia ser muito mais difícil.
A única diferença era essa palavra, pois aos olhos de meus pais adotivos não havia essa diferença, era considerada como uma filha de sangue.
Digo a vocês que eu nem entendia muito o que era, aos 15 anos comecei a fazer essa análise e digo que fiquei muito revoltada, julguei muito minha mãe de sangue.
Eu sempre dizia: Se me abandonou eu não quero nem conhecer, meus pais de coração sempre me explicavam e fazia com que eu me acalmasse diante disso.
Meus Pais pertenciam a Umbanda e sempre me levava.
Comecei a passar pelo processo de desenvolvimento e logo descobrimos que eu era filha de Yemanjá.
Chegando um dia que a Cabocla Yara estava trabalhando ela me abraçou tão forte, tão forte, foi tão acolhedor que comecei a chorar.
Cabocla Yara: Filha das Águas, Sua Mãe Yemanjá sempre esteve ao seu lado, ela vem sempre ao seu encontro, ela está no ar, está no mar, está em todo lugar.
E ela te pede que você não julgue sua mãe de sangue, você diz que não faria o que ela fez, mas cada situação é cada situação, às vezes para ela foi essa a opção que ela encontrou, não digo que foi certa, mas foi a que ela achou, não, ela não te abandonou, te entregou para outra família que ela sabia os cuidados que teriam contigo e, sempre rezou por você, não julgue-a.
Mas sei que o tempo tudo cura, e aos poucos quero que vá tirando essa mágoa do seu coração, pois a família que cuidou de você te deu todo amor junto a sua mãe Yemanjá, você foi e é amada e jamais abandonada.
Itaçuí !!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário